segunda-feira, outubro 22, 2007

ABSURDO!




Como ilustrador, respeito todas as formas e manifestações de arte, mesmo aquelas com um gosto provocativo e escatológico, como merda enlatada, cubos de esperma ou pinturas feitas com sangue e urina. Mas é impossível ficar passivo diante de alguns que extrapolam o bom senso e criam monstruosidades, indivíduos que sequestram e violentam a expressão “arte” para justificar e validar toda e qualquer epifania pseudocriativa. Ou, na falta de um talento artístico verdadeiro, criam peças apenas para gerar comoção e cizânia, fazendo-se de vítima da censura ou da opressão conservadora quando confrontados.

No começo achei que era uma daquelas notícias-pegadinhas de primeiro de abril no meio de outubro. Mas não era.



O costa-riquenho Guillermo Habacuc Vargas montou uma instalação repugnante na exposição “Arte e Lixo” em Honduras, com um cão faminto e doente amarrado com barbante (seu nome era Natividad, uma piada de mau gosto) abaixo da frase “Ere los que lees” escrita com ração de cachorro.
Segundo ordens do “artista”, ninguém podia dar comida ou bebida ao canito moribundo.
Em dois dias ele morreu de inanição.

Não importa se ele estava protestando contra a fome no mundo, contra o imperialismo americano ou contra o aumento do condomínio do prédio onde ele mora , nada justifica isso. Como amante dos bichos, no bom sentido, isso me deixa um gosto metálico na boca, e por mim, deveriam amarrá-lo no lugar de Natividad sem água e comida durante dias. Em nome da arte.

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